‘Mulheres ricas’ e a piada pronta, diz Kagout

O bordão criado pela socialite
carioca Narcisa Tamborindeguy, “Ai, que loucura”, resumiria bem, numa
frase publicitária, a estreia de “Mulheres ricas” na Band anteontem. O
reality é inspirado em “The real housewives”, que retrata o dia a dia
de patricinhas da categoria sênior, digamos, nada de Paris Hilton e
afins. As participantes são Narcisa, Val Marchiori (foto acima), Débora
Rodrigues, Brunete Fraccaroli e Lydia Sayeg.
Entre um “hellooou” e um
“adoooro”, o programa diverte mostrando um mundo que, ninguém pode
negar, parece de borbulhante alegria. As personagens misturam
autoconfiança extrema com incontinência verbal violenta. A combinação
dispensa condução editorial para fornecer um resultado próximo do
ridículo. É o universo paralelo da piada pronta.
Val se apresenta como “mãe,
empresária, linda, né, loura, alta e magra”. No primeiro episódio,
disse que acorda cedo para tomar banho de banheira; de tarde, faz
muitas compras. A loura e seu inseparável gentil servant (Brunete
também tem um) aparecem num bordejo pela loja Louis Vuitton, que chamam
de “Luizinho”. É que, explica ela: “A aparência diz muito do que você
é. Uma roupa errada estraga um bom negócio”. Como se pode constatar, o
conceito de roupa errada varia.
Mais longo do que o necessário,
porém bem realizado, “Mulheres ricas” seguiu mostrando casacos de pele,
um cachorro “que pensa que é uma menina” (de Brunete), vozes em falsete
e até a negociação de compra de um jatinho regada a champanhe. Como
todo mundo sabe, nada disso tem a ver apenas com riqueza. É uma questão
de estilo de vida, de ideologia, de loucura, de gosto. Mas, noves fora,
rendeu um bom programa de TV.
Nenhum comentário: